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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

OPINIÃO > Ana M.ª Bettencourt: «Avaliação dos professores»

Desde há anos que muitas vozes vinham afirmando a necessidade de se proceder à avaliação das escolas e dos professores. Desde altos dirigentes políticos de vários quadrantes, a responsáveis na imprensa. Em 2002 a defesa da avaliação dos professores surgiu de várias frentes.
Num Editorial do Público dedicado à avaliação dos professores José Manuel Fernandes afirmava (11/04/02) que “O acto de avaliar alguém de forma justa e objectiva é difícil. Mas sem avaliação, sem uma cultura de avaliação permanente que confronte todos - mas mesmo todos - com os seus deveres e responsabilidades, nenhuma organização pode progredir; nenhum país pode evoluir. Isso é especialmente verdade no sistema de ensino, mas não pode envolver apenas os alunos. É também necessário avaliar os professores e as escolas.”....
Nesse mesmo editorial, em que criticava o sistema então existente, JMF defendia que a avaliação fosse feita localmente pelos pares, pelos pais e também pelos poderes locais. Defendia, também, que a contratação e avaliação de professores transitassem para os poderes locais.
Havia então um profundo desencontro entre o discurso de defesa da avaliação dos professores e a cultura das escolas. Nestas, as práticas de avaliação eram essencialmente dirigidas ao universo dos alunos.
Entretanto avançou a avaliação das escolas, mas a dos professores manteve-se como um tabu. E por isso a recusa do que se considera ser um modelo, parece ser uma recusa de qualquer dos seus elementos.

O fosso entre o discurso externo e a cultura das escolas em matéria de avaliação dos professores foi-se mantendo, e talvez daí o choque a que assistimos agora.

Ana Maria Bettencourt

Fonte: Inquietações Pedagógicas

OPINIÃO > Ana M.ª Bettencourt: «Avaliação dos professores - O direito a aprender»

Quando Judite de Sousa ontem, na Grande Entrevista, dava a entender que os professores deveriam ser avaliados pelas aulas que preparam, pela qualidade das aulas que dão, sem se ter em conta aquilo que os alunos aprendem, estava a ignorar a evolução do mundo nesta matéria.
É que sem desvalorizar os bons professores que marcaram os seus alunos pelas excelentes lições que davam, e o mérito e a necessidade de os professores prepararem bem as aulas que dão, as escolas e os professores terão de ser cada vez mais avaliados pela organização do trabalho de modo a que todos os alunos aprendam. Tendo em conta os pontos de partida, as dificuldades que surgem nas aprendizagens e contando com os recursos necessários.
Conheço e acompanho professores de grande qualidade, cujas práticas têm sido organizadas de modo a que todos os seus alunos aprendam, não abandonem a escola e não fiquem para trás. Nem sempre o conseguem, mas será injusto não valorizar este esforço, essencial ao desenvolvimento do país e à dignidade desses alunos.
Infelizmente o debate educativo está fechado numa concepção de escola que, se não for ultrapassada, nos continuará a cortar do mundo e a deixar para trás.
Ana Maria Bettencourt
Fonte: Inquietações Pedagógicas