«Em
que consiste essa consciência, que nos curará da imbecilidade moral?
Fundamentalmente nos traços seguintes:
a) Saber que nem tudo vem a dar no
mesmo porque queremos realmente viver e, além disso, viver bem, humanamente bem.
b) Estarmos dispostos a prestar atenção para vermos se aquilo que
fazemos corresponde ou não ao que deveras queremos.
c) À base de prática, irmos
desenvolvendo o bom gosto moral, de
tal modo que haja certas coisas que nos repugne
espontaneamente fazer (por exemplo, termos «nojo» de mentir como temos em
geral nojo de mijar na terrina da sopa que vamos comer a seguir...).
d) Renunciarmos a procurar
argumentos que dissimulem o facto de sermos livres e portanto razoavelmente
responsáveis pelas consequências dos nossos actos.»
Fernando Savater, Ética para Um Jovem,
D. Quixote, Alfragide, 2012, pp. 86
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