As
iniciativas de avaliação escolar parecem legítimas pela possibilidade de
subsidiar um balanço sobre o trabalho desenvolvido, o que permite vislumbrar
fragilidades no processo de ensino e aprendizagem, rever o projeto pedagógico e
estabelecer prioridades para o replanejamento da vida escolar.
Este
é o objetivo assumido pelo Enem: situar a escola perante o contexto nacional,
para que se possa reconfigurar metas e perspectivas de trabalho em nome do
aprimoramento do ensino.
Tomados
como um indicador de qualidade, os dados favorecem a transparência entre escola
e comunidade.
Se
a intenção avaliativa é a princípio louvável, os usos que se fazem dos
resultados do Enem pelo ranking das escolas podem, entretanto, comprometer seus
propósitos, prestando um desserviço à sociedade.
Isso
porque, na prática, o Enem acaba funcionando como um critério único e
reducionista de avaliação, que não faz justiça à complexidade dos fatores
envolvidos no processo educacional.
Por um lado, é injusto comparar escolas
com diferentes realidades e perfis de alunos; por outro, parece insuficiente
que todo o esforço da escola seja avaliado por uma única prova de conhecimento.
(…)
► FONTE: Folha de S. Paulo
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