quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quando a avaliação escolar se torna perversa


As iniciativas de avaliação escolar parecem legítimas pela possibilidade de subsidiar um balanço sobre o trabalho desenvolvido, o que permite vislumbrar fragilidades no processo de ensino e aprendizagem, rever o projeto pedagógico e estabelecer prioridades para o replanejamento da vida escolar.
Este é o objetivo assumido pelo Enem: situar a escola perante o contexto nacional, para que se possa reconfigurar metas e perspectivas de trabalho em nome do aprimoramento do ensino.
Tomados como um indicador de qualidade, os dados favorecem a transparência entre escola e comunidade.
Se a intenção avaliativa é a princípio louvável, os usos que se fazem dos resultados do Enem pelo ranking das escolas podem, entretanto, comprometer seus propósitos, prestando um desserviço à sociedade.
Isso porque, na prática, o Enem acaba funcionando como um critério único e reducionista de avaliação, que não faz justiça à complexidade dos fatores envolvidos no processo educacional.
Por um lado, é injusto comparar escolas com diferentes realidades e perfis de alunos; por outro, parece insuficiente que todo o esforço da escola seja avaliado por uma única prova de conhecimento. (…)
FONTE: Folha de S. Paulo

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