quinta-feira, 31 de julho de 2008
A grande corrupção estará a crescer…
O Eng.º João Cravinho, autor de um pacote legislativo que deixou no Parlamento antes de ir para Londres para a direcção do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), viu as suas propostas rejeitadas pela sua própria bancada, a do PS. Entrevistado no programa “Diga Lá, Excelência”, programa do jornal PÚBLICO, da Rádio Renascença e da RTP2, exteriorizou a sua desilusão.
Admitindo que a modernização da administração pública, o "Simplex", criou «uma estrutura mais organizada» e levou a que «a corrupção burocrática e administrativa, a pequena corrupção, tenha diminuído com muito significado em alguns sectores, desde a administração fiscal, algumas câmaras municipais», observou: «Estamos a falar daquele dinheiro para fazer andar os pequenos processos mais depressa.»
Contudo, sublinhou que «na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo».
Referindo-se ao recém-criado Conselho para a Prevenção da Corrupção (CPC), afirmou que é «uma entidade de forte pendor governamental», acrescentando: «Tem oito elementos e só três é que têm um estatuto intrínseco de independência. Três são inspectores-gerais, que por lei são dependentes do Governo.»
João Cravinho assume na mesma entrevista como um derrota o facto de o sistema de combate à corrupção que deixou no Parlamento não ter sido aprovado, comparando a sua iniciativa a «um soldado no campo de batalha que combateu, mas foi derrotado pelo inimigo».
Culpando o seu grupo parlamentar por ter tomado «uma posição muito clara que não estava de acordo» com as suas propostas, realçou que foi «derrotado por todos aqueles» que não concordaram consigo.
O Partido Socialista (PS) reagiu a estas declarações, através do líder do seu grupo parlamentar, Alberto Martins, o qual acusou o ex-ministro e ex-deputado do PS João Cravinho de ter «abandonado a meio» o combate contra à corrupção e observou: «O PS não recebe lições de combate à corrupção do engenheiro João Cravinho. O combate pratica-se e não vive de proclamações. Quem faz deste combate, repressivo e preventivo, uma bandeira, não o deixa a meio.»
Se o PS não aceita as “lições” de um seu membro ilustre, de quem as aceitará?!...
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