A antiga ministra da Educação, Maria de
Lurdes Rodrigues, que pôs em marcha uma guerra sem quartel contra os docentes,
chegando a reunir 100 mil em Lisboa, os quais exteriorizaram, durante uma
marcha, a sua indignação em relação à política educativa desenhada por aquela
governante, resolveu agora, num artigo de opinião intitulado «Pensar as políticas de saúde e de educação»,
publicado na edição do Diário de
Notícias do passado dia 29 de Dezembro, escrever sobre a Educação. Aqui fica um extracto do referido
artigo, no que se refere à Educação.
Na educação, as questões críticas
dizem hoje respeito às necessidades de formação dos adultos. São cerca de 600 mil,
com idades entre os 25 e os 35 anos, os que não concluíram o básico ou o
secundário. Precisamos de criar oportunidades de qualificação para estes
adultos e de aumentar o número dos que prosseguem estudos no superior. Por
isso, não têm razão os estudos que invocam razões demográficas para concluir
que o número de alunos tenderá a diminuir e que há ou haverá em breve excesso
de professores. Nos cenários traçados nesses estudos raramente se inclui a
exigência de qualificação dos adultos e a identificação dos recursos para tal
necessários. Se o fizermos, concluiremos que, em Portugal, não existem
escolas ou professores a mais, mas alunos a menos. São portanto necessárias
políticas de educação de adultos, se queremos mesmo superar os défices de
qualificação que são, simultaneamente, obstáculos ao desenvolvimento económico
e um dos fundamentos da desigualdade social que marca negativamente o país.
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Diário
de Notícias SEXTA-FEIRA
29.12.2017
Ano 154.º | N.º 54 309
Ano 154.º | N.º 54 309
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