“Na última revisão ao Memorando de entendimento, o FMI
avisa que, apesar de o programa estar a ser cumprido, há quatro riscos que
poderão pôr em causa todo o trabalho. Primeiro, os peritos internacionais dizem
que a recessão pode ser maior que o esperado. O ajustamento da economia vai
tomando forma e o ambiente externo, “possivelmente mais fraco”, vai intervindo
nas contas nacionais através, por exemplo, da redução do consumo. Em segundo
lugar, o FMI lembra a missão quase impossível do governo: “A pura dimensão do
ajustamento aumenta os riscos de implementação”, escrevem os peritos. Ou seja,
são muitas medidas ao mesmo tempo e sobre vários assuntos.
E como não há duas sem três, nem três sem quatro, o
FMI diz ainda que há o perigo de um crescimento das responsabilidades
financeiras dos privados, a tal ponto que isso se reflectiria na banca nacional
e por consequência nas contas do Estado, que teria de assistir esses bancos. E
por fim lembra ainda que o processo de crescimento da economia é lento e que a
estratégia de “desvalorização interna” de salários e preços pode demorar mais
tempo do que o esperado.
A combinação destes riscos pode dar origem a uma recessão em espiral e, “pior ainda”, lembra o FMI, a insistência em mais austeridade pode incendiar o apoio social e político ao programa. Este problema não vem só do exterior – a oposição, principalmente o PS, e os parceiros sociais – como de dentro da própria coligação PSD/CDS.”
A combinação destes riscos pode dar origem a uma recessão em espiral e, “pior ainda”, lembra o FMI, a insistência em mais austeridade pode incendiar o apoio social e político ao programa. Este problema não vem só do exterior – a oposição, principalmente o PS, e os parceiros sociais – como de dentro da própria coligação PSD/CDS.”
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