Secretário-geral da Fenprof apela aos professores para irem «à luta a sério»
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apelou hoje aos docentes para irem “à luta a sério”, considerando que as medidas propostas no Orçamento do Estado para 2012 vão deixar “Portugal esmagado”.
O líder da Fenprof falava aos jornalistas em Coimbra à margem de um plenário de professores destinado a debater e tomar posição sobre a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2012 e de mobilização para a manifestação da administração pública e greve geral de 12 e 24 de novembro, respetivamente.
“Ou tomamos como exemplo aquilo que está a acontecer em outros países, nomeadamente na Grécia, e vamos à luta a sério, com muita força, permanente, e sem dar tréguas a estas medidas, ou isto vai acabar com Portugal esmagado e depois sairmos desse buraco pode ser um problema complicado”, sublinhou Mário Nogueira.
Segundo o dirigente sindical, “hoje a situação é muito mais grave, incomparavelmente mais grave” do que em 2008, quando os professores lutaram contra “medidas muito negativas” da então Ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues.
“Nestes dois anos, em 2011 e 2012, os professores irão perder uma média de 30 por cento do seu salário real, as pensões de aposentação perderão cerca de 25%”, sublinhou.
Na sua ótica, as “medidas de racionalização” previstas no OE “passam por criar uma escola que é um pouco como que a escola do fascismo só que em versão” Século XXI.
Estas medidas — adiantou — vão “arrasar tudo o que são professores contratados no próximo ano” e “milhares de professores dos quadros, vão ser atirados” para a mobilidade especial.
“Se este Governo quisesse sair da crise podia fazê-lo doutra forma, podia taxar os bancos de uma forma justa, podia taxar as grandes fortunas de forma adequada, podia acabar com o ‘off-shore’ da Madeira, evitar que a fuga e a fraude fiscal tivessem a dimensão que têm”, frisou o secretário-geral da Fenprof.
Comentando os casos recentes de agressões a professores em escolas, Mário Nogueira disse que os estabelecimentos de ensino “cada vez têm menos segurança e menos trabalhadores não docentes que possam de alguma forma prevenir situações desse tipo”, além de que os docentes são “deixados em muitos casos em situações de fragilidade e sem qualquer tipo de defesa”.
Por outro lado, considerou que o acumular e a gravidade dos problemas sociais aumenta o risco destas situações acontecerem.
Lusa
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