segunda-feira, 18 de abril de 2011

Governo socialista provocou debandada dos Professores aos milhares

18 mil professores reformados desde 2007

18.04.2011 — 14:54 Por João d´Espiney

O número de professores que se aposentaram desde 2007 atinge quase os 18 mil, de acordo com uma pesquisa efectuada pelo PÚBLICO e os números reunidos pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) às listas publicadas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) em Diário da República.

Segundo a Fenprof, entre 1 de Janeiro de 2007 e 1 de Setembro de 2010, reformaram-se 15.210 professores. A análise do PÚBLICO concluiu que, até Dezembro do ano passado, se aposentaram mais 1623 docentes. Feitas as contas, as escolas públicas perderam 3765 docentes em todo o ano de 2010, o que dá uma média de 10,3 por dia. As listas publicadas pela CGA indicam ainda que, até Maio deste ano, se aposentarão mais 1059, o que dá um total de 17.892 professores desde 2007.

O número de aposentações nos primeiros cinco meses de 2011 é, ainda assim, inferior ao registado em igual período de 2010. De Janeiro até Maio do ano passado, reformaram-se 1422 professores. A análise às listas mensais de 2010 da CGA revela que o número de aposentações aumenta nos últimos meses do ano. Só em Outubro do ano passado, por exemplo, reformaram-se quase 500 docentes.

Em declarações ao PÚBLICO, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, salienta que, apesar de uma ligeira quebra de pedidos nos primeiros meses deste ano, o número de aposentações voltará a subir depois do fim do ano lectivo. “Este ano estão a tentar remeter a esmagadora maioria das situações para o fim do ano lectivo, para não terem que substituir os professores do quadro por contratados”.

Para o sindicalista, a evolução do número de aposentações reflecte “o desgaste imenso dos professores”. “Estamos a falar de professores que vivem em situações cada vez mais exigentes e desgastantes, nomeadamente da pressão dos horários e muitos professores acabam por não resistir. E, apesar das perdas do valor da pensão resultante do agravamento dos requisitos para a reforma, optam por ir embora”, afirma Mário Nogueira.

O secretário-geral da Fenprof revela que as saídas fizeram com que neste momento só existam cerca de 105 mil professores do quadro. Já os docentes contratados, que não têm direito a progressão na carreira nem a pensão de aposentação, a Fenprof estima que sejam cerca de 42 mil. Por outro lado, o próprio Ministério da Educação estima uma redução de cerca de cinco mil docentes no âmbito da reorganização da rede escolar.

PÚBLICO

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